No mar, soçobra um barco inda à deriva,
Carrega a vela inflada de esperança...
Já viu a soçobrar em semelhança
Um’alma que quisera fosse viva!
Sem dó, sem piedade a onda altiva
Não traz a espuma branca da bonança,
Irrompe contra o barco, intempestiva,
Igual em atitude de vingança!
Ó mar, por que bravio tu te tornas
Se todos nós estamos nesse barco?
Somos qual frágil ilha que contornas,
Onde ainda há um recurso, inda que parco,
De navegarmos águas calmas, mornas...
Não faze que esse mastro vire um arco...
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