terça-feira, 13 de agosto de 2013

LONGE


Senti tua falta quando a lua veio
E a relva enfeitiçada lhe saudou!
O orvalho sobre o verde se deitou
E eu vi que a lua tem o teu enleio...

Os raios que prateiam meu vagueio
Trazem-me tua lembrança que ficou,
Quando a mim vinhas solta e sem rodeio...
Aumentam minhas ânsias aonde vou!

Igual à lua, luzes em minh’alma,
A me trazer o bem da tua calma,
Mesmo que longe estejas tu, assim...

Não vejo, a olhar em volta, uma vivalma...
Só a lua ali tão branca, qual um talma,
A vigiar a dor dentro de mim!

domingo, 11 de agosto de 2013

AMOR E ÓDIO


Amor e ódio,
Velho episódio,
Que o tempo cala,
Anima e abala
... E ao tempo corta!

O ódio amarga
E aumenta a carga,
Que faz a vida
Desenxabida
... Nada lhe importa!

Sem ódio, o amor
É como a flor:
Bela e efusiva,
Enquanto viva!
... Triste, se morta!


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AMOR DE BAILE


Na noite em que te vi, vestias branco...
Trazias em teus lábios o carmim!
Teu riso me quebrava de tão franco,
mas tu rias a todos, como a mim...

No canto, eu me continha, porque assim,
podia ver-te toda, frente e flanco!
Ao te pensar... eu fiz um verso manco
e dei-o em tuas mãos, entre o cetim!

O baile começava em nossas vidas;
a música tocava aconchegante...
lá fora, a lua em prata e as margaridas,

cá dentro, teu olhar estonteante
ditava-me palavras jamais lidas...
amei-te toda a vida... àquele instante!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

MÁSCARAS


Estampam-se na cúpula hodierna
As máscaras usadas pelas ruas;
Não máscaras daqueles da ‘baderna’,
Mas, sim, dos que cometem falcatruas!

Doridas, minhas pernas, como as suas,
Lutaram contra as garras da caserna...
Já hoje, tão depois de tantas luas,
Trombejam ante os lobos da caverna!

País, ó meu país, impõe teu lema!
Não deixa que se agrave esse problema,
Afasta, de uma vez, o que não presta!

Queremos levantar, ante esse tema,
Bandeira de um Brasil sem mais dilema!
... É a última esperança que nos resta!

domingo, 4 de agosto de 2013

O SABIÁ E O DRAGÃO



Espraia-se o vagido da tormenta,
Enquanto dorme incauto o brasileiro,
Que endeusa o personagem forasteiro,
Sem ver que do Dragão a chama aumenta!

Das velhas dinastias se comenta
Cultura milenar, povo altaneiro!
Pois hoje, é a economia que ele ostenta,
E o mundo vê o Dragão ser o primeiro!

Em pouco tempo o mundo passará
A consumir da China tudo em volta
O ‘jingue-lingue’ logo assumirá

O monopólio em tudo e venderá
De tudo ou quase tudo sem escolta...
Ganha o Dragão, sucumbe o Sabiá!