sábado, 27 de janeiro de 2018

TECELÃO, um artista milenar


















O fuso faz linha de fino algodão,
que ganha outra vida com bela aparência,
tecida em teares de antiga existência,
urdida por arte do bom tecelão!

Já pronto o tecido, uma bela criação,
deslumbra a quem vê e constata a excelência,
ganhando o mercado, se expondo em balcão,
a ricos e nobres de muita influência...!

Os louros devidos, a estima, o apreço
ficaram sem vulto, por baixo de um preço,
que as mãos calejadas, jamais contarão!

As horas e os dias de tantos labores
serão relembrados, talvez, por atores
de humildes papéis... como o de um tecelão!...


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O VELHO FERREIRO (soneto hendecassílabo)


Na forja o ferreiro moldava o metal,
saído do fole qual brasa inda ardente,
e ali na bigorna, martelo e avental,
criava o perfil que brotava da mente!

O humilde artesão foi figura presente
num tempo longínquo beirando o feudal,
perdendo-se em luta cruel, desigual,
rendendo-se à indústria voraz e inclemente!

Lembranças ficaram da forja e do fole,
do ferro ainda em brasa fazendo-se mole
e o velho ferreiro empunhando o martelo...

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Aqui vos relembro, em singela oblação,
a espada e o escudo, a couraça e o brasão
− forjados num tempo sem mais paralelo!...