terça-feira, 28 de abril de 2020

CORES x PRECONCEITO














Sentei-me a meditar no fim do dia,
enquanto olhava as rosas do jardim...
Havia rosas rosas e carmim;
as cores convivendo em harmonia!

Se o mundo fosse assim... Ah! Eu queria!
Pensei... olhando as rosas frente a mim.
Havia rosas negras com jasmim,
jasmim de alvura tal que refletia!

As cores se misturam sem dilemas,
vivendo na harmonia do perfeito            
carmins com violetas, alfazemas...                     

˗ Eu vi vermelho e preto, o amor-perfeito!           
Tão nobres, rosas nunca são problemas.
Nós é... que carregamos preconceito!

terça-feira, 21 de abril de 2020

SONETO OCCITANO



















Um dia a vida veio... um dia passa!
Ninguém segura o tempo, esse vilão.
A vida não se vê pela vidraça,
nem se ultrapassa o tempo num vagão!

Meu trem corta a neblina que ora embaça
e segue como um barco sem timão;
a vida, se parada, não tem graça!
Melhor viver a vida do que não!

Se um dia nesse mundo alguém pudesse
frear do tempo as rodas um segundo,
por certo eu lhe faria até uma prece

e deixaria de ser um vagabundo;
˗ eu pediria na festa da quermesse
a vida mais longeva desse mundo!

sexta-feira, 10 de abril de 2020

SUTIL E FUGAZ - 'tempus fugit, carpe diem'















O tempo passou e levou-nos as vozes,
as horas de prosas na porta da rua...
cantigas cantadas à luz de uma lua...
os contos de onças, de bichos ferozes,

mentiras contadas em lendas atrozes,
Mãe d’água, Pé Grande a puxar a charrua,
a loira encantada mostrando-se nua,
Saci Pererê, Malazarte, albatrozes...

Ah! Tempo gostoso de tantas gincanas,
de coisas tão belas, singelas, bacanas...
ninguém nem pensava no que ele é capaz!
..............................................................
Levou nossos dias, soltou-os no universo...
restou-nos a lua ˗ sem contos ˗ e o verso:
˗ O tempo da vida... é sutil e fugaz!

sábado, 4 de abril de 2020

EXORTAÇÃO





















Um dia, quem sabe, bem lá no distante,
nós vamos olhar o passado saudoso
e então nos lembrarmos num jeito choroso,
dizendo seus nomes, lembrando o semblante

dos entes queridos... daquele falante,
daquele engraçado, daquele feioso...
Lembrar com saudades do colo amoroso,
dos beijos e abraços... lembrar cada instante...
..............................................................
Caiu nossa ficha, o viver nos assusta!
A nave do tempo, que achamos injusta,
não tarda a passar e a levar-nos embora...!

Se um dia, lá adiante, num mundo qualquer,
de novo estivermos  ̶  ou homem ou mulher  ̶
 ̶  Amemo-nos todos... bem mais do que agora!