domingo, 26 de maio de 2013

ACASO


 Encontro-te ao acaso bem serena
E vejo-te calada a meditar...
Respiras sob a brisa que, do mar,
Repete-se ao sol-pôr da tarde amena!

Decifro, no teu gesto que me acena,
Candura que se mostra em teu olhar...
Afastas-te a sorrir em meio à cena,
Mas deixas da meada o seu fiar!

As tardes se repetem como dantes...
Do mar, ainda a soprar, a brisa mansa...
Em mim, meus pensamentos delirantes!

No morno pôr-do-sol que inda me alcança,
Tua imagem delineia-se em instantes
E vai serena... E vai minha esperança...

terça-feira, 21 de maio de 2013

ALMA CIGANA



Galga o cimo dos montes, altaneira,
Nos altiplanos lagos congelados...
Em voz cigana, canta a derradeira
Canção que faz ninar aos desolados!

Dos ramos cintilantes e orvalhados,
Desce em forma de gotas, e em fileira,
A lágrima cigana e tão brejeira,
Em meio a belos sons alinhavados...

Do lago, quais nenúfares, despontam
As flores encantadas da montanha,
Que há séculos e séculos remontam!

A alma cigana entoa, em voz tamanha,
Seus ais em tons de adeus que, enfim, se aprontam
Para adentrar à terra em sua entranha!



domingo, 12 de maio de 2013

MÃE, COROLÁRIO DA PAZ !



MÃE, COROLÁRIO DA PAZ!

Mãe...
Eu já não tenho aqui na Terra...
Ao mesmo tempo, eu tenho todas!
No céu são muitas,
Aqui são tantas...
E eu amo a todas!
São elas como um manto a nos cobrir
Nos momentos mais difíceis,
Como nos mais dóceis!
No frio mais tenebroso,
Como no calor mais abrasador!
Mãe, madre, mamãe, mamã,
Mom, mami... E tantos outros nomes,
Sinônimos de aconchego,
De segurança,
De carinho!
... E o mais puro corolário da paz!


segunda-feira, 6 de maio de 2013

A poesia é assim...


Ela está no sentir
e saber observar...
Tem sua forma no verso,   
ou direto ou transverso,
e é lançada ao universo,
ao nascer de um pensar!

Há poesia na escrita,
ou descrita no olhar,
como o azul desse céu,
como a bruma que, ao léu,
desfraldada qual véu,
cobre o lago a bailar!

A poesia é cantiga,
dela vê-se a leveza...
Qual u’a pétala clara,
ou uma dança caiçara,
ou a pepita mais rara...
Brinde da natureza!

A poesia vem d’alma
e em silêncio ela vem,
ao nascer com a gente!
Ela é força latente,
ordenada na mente,
que transcende ao além!

É consolo, é alívio,
É o reflexo do ser!
A poesia enobrece;
ela ao homem oferece
co’a candura da prece...
O mais limpo viver!