Um dia, olhando o horizonte,
na tênue linha distante,
esse meu lado pensante
quis pra longe me levar!
Viajei pela memória;
voltei a ser um menino;
mas, de repente, o
destino
foi de novo me buscar!
Vi a casa onde eu nasci,
o quintal onde eu
brincava...
vi a corda que amarrava
meu trapézio a balançar...
vi o lodo esverdeado
depois que a água
empoçava
− Se pisasse, escorregava;
tinha que esperar secar!
Vi meus carros de madeira,
carregadinhos de pilhas;
vi as estradas e trilhas,
onde tinham que passar!
Ouvi minha mãe querida
cantarolando feliz...!
Da vida eu era aprendiz
...nada a me preocupar!
Vi aviões que eu fazia
com talas de buriti;
ouvi cantar juriti,
corrupião e xexéu;
mergulhei no rio corda,
joguei bola com os amigos
lembrei-me até dos
castigos
no milho... rezando ao céu...!
Um pé de coco bem alto,
ata, limão e amora;
vi, como se fosse agora,
caju, manga, imbu...
cajás...
de um lado, tinha um muro;
do outro, cerca comprida...
Ó minha infância querida,
nunca mais tu
voltarás...!
Quando eu partir deste
mundo,
levarei muita saudade,
que acumulei com a idade,
nesse curto caminhar;
não sei que vida terei...
mas peço a Deus o destino
de voltar a ser menino
− com asas − para voar!
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