sábado, 23 de junho de 2012

FAINA alexandrina













Transborda a maré alta, é hora de arribar!
No cais da Arribação a Lua é o farol;
Mais forte bate o peito, a voz não quer falar...
Há redes e um puçá; não há lugar pra anzol!

Nas ondas desse mar, na luz do arrebol,
A vela içada e cheia é a força a navegar!
Depois de uma semana, é hora de voltar...
A pele ardente e seca esturricada ao sol

Já pede um aconchego... A vida continua...
No balanço do mar, revezam Sol e Lua...
No peito, é a saudade a reclamar o chão...

É o pescador do mar, em vida que flutua...
Na solitária faina, enquanto perpetua
Tão árduo e milenar, sofrido ganha-pão!



(2º Hemistíquio)

É hora de arribar!
A Lua é o farol;
A voz não quer falar...
Não há lugar pra anzol!

Na luz do arrebol,
É a força a navegar!
É hora de voltar...
Esturricada ao sol

A vida continua...
Revezam Sol e Luz...
A reclamar o chão...

Em vida que flutua...
Enquanto perpetua
Sofrido ganha-pão!

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