Soprava o vento frio da saudade,
enquanto eu me entregava ao pensamento...
A folha da janela, qual lamento,
rangia a completar a soledade!
Assim, passou-se o tempo e, sem piedade,
de mim foi-me extirpando, sem unguento,
pedaço por pedaço inda sangrento
do que chamei um dia mocidade!
Os sons, o cheiro, a voz que me encantava,
os risos e as carícias que me dava
o tempo me tirara... por suposto...
Prostrado ali fiquei, diante de mim,
qual livro cuja história não tem fim
...até passar mais um... mais um agosto!