domingo, 19 de junho de 2016

SÃO LUÍS TAMBÉM MUDOU...


Minha São Luís de outrora
não mais vejo nos jornais...
Tiraram de lá o bonde,
levaram não sei pra onde,
motorneiros não há mais...
(Tive um primo motorneiro;
na profissão era um ais!
Nas subidas e descidas,
conduzia muitas vidas
...Mas nem consta nos anais!...)

Os casarões de azulejos,
que agora já são tombados,
carecem de proteção;
não sofrem manutenção
e estão muito maltratados!
Os políticos não ligam.
Sabem que serão votados,
pois o voto é obrigatório
e, como num purgatório,
os eleitores... coitados!

O bom cuscuz de arroz
era vendido na esquina;
geralmente, uma senhora
atendia-nos sem demora,
ao despontar da matina.
Ralava um coco fresquinho,
cantando um ‘tambor de mina’,
pra fazer a cobertura
do cuscuz da criatura...
era, pois, sua rotina...

Os pregoeiros nas ruas
gritavam com seus chavões;
ora era o verdureiro,
outra vez era o peixeiro...
frutas, legumes, carvões...
‘Olha o carvão de variiinha’
um cofo por dois tostões!
Um homem cedia lugar
para mulher se sentar
nos bondes... nas conduções...

O português bem falado,
que merecia menção,         
hoje sofre as influências
de outras tantas procedências,
mormente televisão!
Nossa Atenas brasileira
− São Luís do Maranhão −
precisa manter-se firme!
Que nossa gente se afirme
na cultura e tradição!

Ah! Se fosse permitido,
no tempo eu lá voltaria...
mas não desisto de achar
que algo mais pode mudar,
sem que seja fantasia.
Que a violência se acabe,
volte a paz e a alegria!
Que autoridades trabalhem
e que seus atos não falhem
...na São Luís de hoje em dia!

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