De tanto ver falcatruas
estampadas nos jornais,
passei a olhar pelas
ruas
só manchetes, nada mais!
Foi assim que vi num
muro,
num muro de bela casa,
pintada em grafite
escuro,
uma gaivota − sem asa!
Gaivota com rosto
humano?
Essa eu juro, nunca vi!
Mistura de pena e pano
dentucinha quando ri!
Parei então para olhar...
Bem pintado era o
grafite
que eu tive que elogiar!
(Não me pediram palpite)
Pousada em frente ao
Congresso
fazia cocô de onde estava!
Um guarda barrava o
acesso
pra não sujar quem
passava!
Não me aguentei, dei
risada!
Um cara, de longe,
filma
e grita: Achou
engraçada?
− Ela é a minha amiga
Dilma!
Pensou que eu fosse
tucano
o pobre do mequetrefe...
Respondi: É um engano
− eu não falei em Roussef!
Mais à frente ouvi a
alcunha
de um político – em voz
alta:
Você é amigo do Cunha?
É menos um, não faz
falta!
Quando eu dobrei a
esquina,
deparei-me com o Miguel.
Gritei: Segue a tua sina!
(Pensei que fosse o
Michel)
Perambular por Brasília
é tropeçar no escuro;
é andar a pé sem ter
trilha,
se arriscar sem ter seguro!
Vi sapo engolindo cobra
olhos voltados pra mim;
sujeira, então, vi de sobra,
quadra e mais quadra sem
fim;
vagabundo em belos
ternos,
nariz pra cima, gravata;
roubalheira dos
infernos,
falácia e muita bravata!
Apesar da arquitetura
do belo plano piloto,
fez parte dessa
aventura
ver tanto rato de
esgoto!
Vi até o ex-presidente,
que diz não saber de
nada,
beber pinga sorridente
depois cuspir na
calçada!
Mas também há coisa boa
− o lago Paranoá!
Peixe grande ri à toa...
− povo não se banha lá!
Pena!... Há tanta coisa
errada
e o povo segue iludido...
E além de levar porrada,
se não votar, tá perdido!
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