terça-feira, 24 de março de 2020

A DERRADEIRA




















Seduz-me o seu fulgor de tez velada
˗ na pálida penumbra sob um véu ˗
a olhar eternizada rumo ao céu
na pouca luz do sol amarelada!

Sutil e em gestos finos disfarçada,
esconde sob o linho o seu troféu
e deixa-me ao soçobro em meu ilhéu
num barco cuja vela foi içada!

Os ventos me sopraram como dantes
˗ tal qual longínqua saga... à vez primeira ˗
e as lendas e aventuras dos amantes...

Morri-me sob o olhar de uma trigueira,
que o tempo me ofertou por uns instantes
...na última aventura ˗ a derradeira!

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