sábado, 26 de setembro de 2015

PERGAMINHO

São meus os versos teus, são teus os meus,
na imaculada face do papel,
hoje escultura amorfa de um cinzel,
feita de cinzas, cinzas de um adeus!

Trouxe-me o vento alguns dos versos teus
das cinzas e fumaças de farnel,
de arengas esquecidas, de aranzel
entre ilações de magos e de ateus...

Ao vento aqui chegaram do distante,
saídos de entre as frestas de uma estante,
os versos que escreveste no caminho!

O tempo na poeira fez um nicho,
guardou-os, deu-me agora por capricho,
na amarelada cor do pergaminho!...
           (Ineifran Varão)

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